segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Steventrevistando - Carlos Henrique Vilela (CHMKT)


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Ele é Planner da Tom Comunicação, em Belo Horizonte, MG. Formado em Publicidade e Propaganda pela PUC Campinas e tem uma especialização em Marketing pela FDC.

Ainda não descobriu de quem estou falando?

Bem, ele é autor do CHMKT, um dos maiores blogs de publicidade e marketing do Brasil.

Agora ficou fácil, né?

A entrevista hoje é com o Carlos Henrique Vilela. Ele, que surgiu para se tornar um grande nome de planejamento no país, com uma ascenção incrível que conseguiu com o blog.
Sem mais bla, bla, bla. Espero que gostem da entrevista.


RDM: Você já trabalhou de redator, gerente de marketing e atualmente está ocupando o cargo de planner na Tom Comunicação em BH. Como foi esse caminho que você percorreu? O que te levou a migrar de área?


CH Vilela:
Na verdade, sempre fui planner. O planejamento é mais do que uma simples função, e sim um modelo mental, baseado no pensamento estratégico. Como redator, fiquei alguns meses apenas e logo fui para o planejamento. Já como gerente de marketing, meu trabalho foi, na essência, o mesmo que faço atualmente: transformar comportamentos. Foram aprendizados incríveis.

Planejar envolve um entendimento profundo das pessoas. Atuando como redator eu pude entender melhor um dos meus públicos, que é o da criação, assim como no marketing eu pude conhecer um pouco do cliente (empresa) e também mais sobre o consumidor.

RDM: E quando você descobriu essa paixão por planejamento e definiu que era isso mesmo o que você queria?

CH Vilela: Comecei a buscar esse caminho ainda na faculdade, após ler o livro do Jon Steel, A Arte do Planejamento - que recomendo a todos, inclusive.

RDM: Hoje em dia, você é dono de um dos blogs mais acessados por estudantes de publicidade e marketing, sobretudo os que desejam seguir a carreira de planner. Quando criou o blog, você esperava obter o sucesso que conseguiu?

CH Vilela:
O blog surgiu de uma vontade de conhecer coisas novas e gente nova. A proposta do CHMKT é reunir, em um só lugar, opiniões diversas – muitas vezes distintas – não só sobre planejamento, mas sobre a comunicação como um todo. Como profissional de comunicação, gosto de comunicar. Além disso, sou extremamente curioso. Por isso mesmo, o blog é mais uma forma de satisfação pessoal do que qualquer outra coisa.

Na época da faculdade, eu tive um blog chamado Marketing, Propaganda & Rock ‘n’ Roll, que falava também de música.

Quanto ao sucesso que você comentou, quando escolhi trabalhar com comunicação, é porque gosto de ser ouvido, então é uma tremenda satisfação saber que milhares me ouvem todos os dias. Essa receptividade do blog foi totalmente esperada. Comecei com uma estratégia para que ele se tornasse cada vez mais lido, e continuo respondendo às exigências do “mercado” sem abrir mão, logicamente, da filosofia inicial. Só não esperava que fosse tão rápido.

RDM: Ainda sobre o blog. Você disse que ele lhe trouxe muitas coisas boas, além de reconhecimento. Quais foram as principais mudanças que o blog trouxe para a sua vida? Você aconselha as pessoas a fazerem o mesmo, criar um blog e partir para a luta?


CH Vilela: O que mudou, e me deixa muito satisfeito, é que hoje converso com profissionais do mundo inteiro, alguns renomados, inclusive. Isso me ajuda muito, pois é uma troca de ideias riquíssima.

Se eu recomendo que todos bloguem, isso vai depender dos objetivos e expectativas de cada um. Se isso for agregar à vida pessoal ou profissional e tornar essas pessoas mais felizes, é uma boa.

RDM: CH, como você observa as mudanças no mercado publicitário com a ascensão das novas mídias? Você acha que os formatos clássicos de propaganda passam por um momento de fragilidade e algumas podem até acabar sendo extintas?

CH Vilela: Na verdade, precisamos de uma mudança na forma de pensar. Quando dizemos formatos clássicos, temos a visão de que possuímos um número x de opções para utilizar e pronto. Na visão do planejamento, a perspectiva muda. A ideia é conhecer o target a fundo e, a partir daí, identificar as melhores maneiras de interagir com eles. A própria ideia passa a ser o meio. Se algumas das chamadas mídias tradicionais forem a melhor maneira para um caso específico, não há problema nenhum. Se o necessário for criar um novo formato de mídia, ótimo!

Por exemplo: se precisarmos contar uma boa história para um público amplo, dificilmente termos algum ponto de contato mais poderoso do que a TV, pelo menos aqui no Brasil – portanto é complicado dizer que esses meios serão extintos. A única coisa fragilizada nesse contexto é o pensamento tradicional de “meios”. Esse sim deve ser extinto. Ou então levará à extinção aqueles que ainda o tem.


RDM: Uma tendência que vem ganhando força ultimamente é a de integrar mídia e tecnologia. Com um aparelho é possível fazer várias coisas: ver TV, ouvir música, ligar, tirar fotos... Você acredita na integração completa entre as mídias? Se isso acontecer, você acredita que pode haver uma fusão ainda maior entre publicidade e entretenimento?


CH Vilela: Essa integração vem ocorrendo. Hoje mesmo vi uma peça da Pepsi em parceria com a CBS que conseguiu inserir um vídeo dentro de uma revista. È fantástico ver coisas desse tipo. No entanto, o raciocínio da resposta anterior vale aqui também. Se for a melhor forma de interagir, ótimo. Agora, precisamos ter cuidado, pois se a tendência é ir nessa direção, é sinal de que é que todos o farão. Pra diferenciar, muitas vezes precisamos fazer o caminho oposto.


RDM: Qual a dica que você dá para os estudantes de publicidade e os iniciantes na área que desejam seguir planejamento?


CH Vilela: A dica que dou é a seguinte. Conheça a si mesmo. Há inúmeras ferramentas para isso: análise, terapia, coaching, etc. Assim, fica fácil identificar o que te fará feliz, o que você tem de melhor a oferecer, ajuda na escolha do melhor caminho pessoal e profissional, você passa a conhecer seus pontos fortes e pontos a desenvolver, entre outros tantos benefícios. Fica tudo mais simples, principalmente porque você aprende a lidar com gente. Conhecendo você mesmo, o resto vem como consequência. E isso vale para qualquer pessoa, seja qual for a profissão. 


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