domingo, 7 de março de 2010

Construindo sua marca – Parte 1 - Complexo de Johnny Bravo

http://www.universohq.com/quadrinhos/2004/imagens/jonny_bravo_panini.jpg
Mesmo sem licença poética, tomo liberdade para falar sobre o comportamento de auto-idolatria e nomeá-lo nesse artigo de: Complexo de Johnny Bravo, o famoso personagem dos quadrinhos que adorava falar das suas qualidades.
Com esse tema polêmico, começo uma nova série aqui no Rei da Mídia sobre Branding, é o Construindo sua Marca, que dará dicas para construção de marca, fazendo análise de como o mercado vem se portando e descobrindo quais são os rumos mais indicados para alicerçar a comunicação dos anunciantes brasileiros.

Devidamente explicado, abaixo segue a primeira análise. Espero que gostem.
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Ligue a televisão, leia as revistas ou fique atento em qualquer meio onde a publicidade está presente e perceba um velho vício da propaganda que nunca sai de veiculação, infelizmente. Estamos falando da propaganda extremamente adjetiva, que para os olhos do consumidor soa como um “olha como sou foda”.


As agência que utilizam essa “técnica” visando dar informações ao consumidor sobre os benefícios do produto, acabam por trazer um impacto negativo ao invés de positivo para o cliente.


Construir uma marca e ir alimentando um conceito na cabeça do consumidor leva tempo e deve ser feita de forma sutil, com provas e não palavras. Com verbos e não adjetivos. Ao tentar bombardear o consumidor com informações e principalmente com esse tom arrogante, você acaba fazendo com que tudo o que você fale pareça balela, sendo ou não verdadeira todas as informações.


Vou dar um exemplo prático. Eu sempre falo e reafirmo que as marcas se comportam como pessoas e vou mostrar como um anúncio desses soa agressivo ao consumidor.


Utilizei uma propaganda de um carro, nesse caso. Mas tem vários iguais, mudando apenas o nome e os adjetivos. Veja:


Propaganda real:


Que o ______ tem o melhor motor da categoria, bancos de couro, melhor performance em comparações e um design que deixa qualquer um com inveja, você já sabia. Mas, o que você não sabia é que está chegando a nova versão _____ com ______. Agora você não tem motivos para não querer ter um.


Comparando marcas e pessoas. Veja como o consumidor entende o anúncio:


Que eu sou foda, legal, inteligente e bonito você já sabia. Mas, o que você não sabia é que eu passei no Vestibular para Medicina.Agora você não tem motivos para não querer ter um.


Perceba como essa idolatria e excesso de adjetivos fica falso e invasivo. Sem entrar nos méritos da veracidade da informação, podemos observar que esse discurso se torna muito negativo para a marca que adere essa estratégia. É um erro GRAVÍSSIMO da agência e maior ainda do marketing das empresas que aprovam essas propagandas.


Portanto, pense sempre duas vezes antes de sair vangloriando o seu produto para o consumidor.


Seja sutil e envolva o seu consumidor, atraindo pelas qualidades, sim, mas não esqueça de ser relevante e dar algo em troca. A publicidade também é uma permuta, você não pode simplesmente querer empurrar algo, mesmo que um pensamento para outro alguém, muito menos quando estamos falando de vendas.

Um comentário:

  1. Muito bem colocado.
    Assim como as pessoas as marcas precisam ser sutis na hora da persuasão.
    E a estrátégia de apontar os benefícios é excelente, pois mostra as vantagens que o consumidor terá ao realizar a aquisição desse produto, dessa marca!
    Parabéns pelo texto.

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